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Archive for junio 2008

Agonia

 

Me acalmei

Ai, na cama, viro pra lá, viro pra cá

 Sensação de calmaria

De repente, uma agonia

Aflição, dor, desamparo, solidão, desespero, pensamento

Máquina, computador, ondas, pessoas, movimentos, latidos,

Tudo roda, gritos, cheiros misturados, suor, calafrio

Um pulo eu dou

Eu quero voltar e agora é pra valer

Ando pra cá, ando pra lá

O que eu faço

Deus me ilumine

Como assim Deus me ilumine

Eu preciso gastar

 Sensação de puro desprazer

Aceleração total 

A varanda está bem ali

 É rápido

 Acaba em um minuto

Mas isso seria covardia do meu próprio ser

Eu quero dormir

 Pego o telefone

Aumento a minha dose

Tento de novo

E nada

Aumento a minha dose

Tento de novo e nada 

Aumento, aumento, aumento

E nada

É melhor eu sair

Caminhar, gastar, dançar

Ai, Epifania total

Dia seguinte

 Não, acordo a noite toda 

Dia seguinte não existe

E sim um dia atrás do outro

Dias seguidos

Um único dia

Até que a máquina vai pifando

A Epifania vai pirando

Como assim

Vai se cansando

E adormece

Adormece

Adormece

Adormece

Agonia total.

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Desconhecido

Eu tenho um novo desconhecido dentro do meu ser

 

E um medo de conhecer esse desconhecido

 

Mesmo assim me entrego para conhecê-lo

 

Porque é algo íntimo do meu próprio saber

 

Que chega a doer, me faz confusa

 

Ao mesmo tempo sem fuga

 

Da minha própria existência inacabada

 

E assim eu caminho, caminho, caminho

 

Numa linha torta, traçando retas com buracos oblíquos

 

Tentando atravessar a imensidão do infinito

 

Calculando o tempo precioso que ainda me resta

 

Me resta ainda todo o tempo do Mundo

 

Por que ainda me sinto tão jovem, tão madura

 

E preparada pra sonhar o sonho desejado

 

Que a maledicência me oferece o tempo inteiro viver

 

Sim, eu tenho um novo desconhecido dentro do meu ser.

 

 

11/06/2008

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Escolha

A infinidade goza o prazer de senti-lo

 

Sofrer a dor de uma vertigem

 

Não saber o porque sente dor do sentir

 

Eu sinto, ela sente, ele sente, nós sentimos

 

Mas nunca vou entender o seu sentido

 

Já que o meu Ser está perdido, desorientado, inacabado

 

Faltam-me palavras, congregações amorosas

 

Paladar verdadeiro de uma comida, a vontade de viver

 

Vento sob o meu cabelo, o calafrio de uma paixão

 

Tesão pelo sabor de um sorvete, o gelado de um pão de queijo

 

Calor de uma maresia, a vida se encaixando e não se encaixando

 

As letras se encontrando, a permissão de um sofrer

 

Uma sessão no divã

 

Sim, isso dói e deveria ser proibido

 

Existir uma Lei contra tudo aquilo que vai de encontro as nossas virtudes de viver

 

Pois a realidade é crua e dolorosa

 

Tudo roda, entorta, entorta, entorta e entorta cada vez mais

 

Pra no final olharmos um pedaço de madeira

 

E beijar a ponta do tampo que vai fechar sob a nossa testa

 

Para um eterno viver, deixar rastros ou não viver

 

É uma escolha se abastecer ou se esconder

 

É uma escolha se debater ou se embelezar

 

É uma escolha se encorajar ou se dizer Adeus

 

A minha escolha, eu ainda não sei

 

Mas eu sei o que eu sei.

 

11/06/2008.

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Sentindo

Sinto falta do seu toque, na minha mão

Seu sorriso, sua boca

Penso em você a cada instante

Desejo o seu sorriso a cada olhar

Pára com essas intrigas, meu amor

Sua face se expressa sem perdão

Não queira me enganar

A cada instante

Um profundo suspiro

Sempre próximo ao telefone

Me liga e  fica mudo

Esqueça do que foste

Que venham os devires

Futuro absoluto

Sinto falta do seu toque na minha mão

Seu sorriso, sua boca

Penso em você a cada instante

Desejo o seu sorriso a cada olhar

09/10/1999

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Tempestade

Tenho passado por várias tempestades

E parece nunca passar

Quando acho que está tudo bem

vejo que não posso ir além

Sinal de mudanças, aí vem

Sinal de perda, aí vem

E parece que a cura dessa realeza

É uma tristeza que vive a me torturar

Pra mim o que interessa

É viver em paz

Tenho vontade de dormir

E não acordar mais

Só quando a tempestade passar

Mas ao dormir eu me destruo

E isso não importa mais

( 1996 )

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